Arquivo mensal: fevereiro 2017

Sobrevivendo Ao Ódio Na Net, Sem Odiar, Também

Ou: Virando O Jogo Com As Armas Do Inimigo

CerejeiraCom o passar do tempo, percebe-se que a Internet, depois do advento das Redes Sociais, não é mais tão-somente a velha W³ acadêmica, ascética, espartana, às vezes, até ríspida, para quem não é versado nos seus mecanismos de funcionamento, como Serviços, Linguagens, Protocolos, etc.
Para os usuários atuais, pouco afeitos a regras de comunicação, Netqueta ou similares, o ambiente virtual se lhes aparenta como um local onde podem ser “eles mesmos”, despidos de regras de convivência do cartesiano mundo real.

É aí onde começa a confusão. Não é o paraíso sobre a terra. Não é o néctar virtual. É um ambiente monitorado, para o bem e para o mal. Tudo que se fala, posta e se discute nas mídias digitais pode ser recobrado e utilizado para fins diversos daqueles que o internauta desavisado pensara. E o monitoramento não se dá em escala e dimensão pessoais, como se poderia pensar; não. O monitoramento é mundial e os resultados são desastrosos, sem prejuízo da eventual bisbilhotagem em escala menor.
Foi para isso que elas foram feitas; não foi para o José postar como Andreolli e esculhambar com o prefeito, mesmo que isso comumente aconteça.
As Redes Sociais são mecanismos de controle social. E como são eficazes…
Umberto Eco ( 5 de janeiro de 1932 — 19 de fevereiro de 2016) um dos filólogos mais engajados no estudo do fenômeno das Redes Sociais, dizia que:

As mídias sociais deram o direito à fala a legiões de imbecis que, anteriormente, falavam só no bar, depois de uma taça de vinho, sem causar dano à coletividade. Diziam imediatamente a eles para calar a boca, enquanto agora eles têm o mesmo direito à fala que um ganhador do Prêmio Nobel. O drama da internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade

Por causa deste empoderamento é que é impossível, hoje em dia, ler um texto sobre Encelado e seus gêiseres sulfurosos sem ver, na seção de comentários, alguém atribuindo a altura dos jatos a algum partido político, normalmente de esquerda; só há um jeito de evitar ler um monte de sandices inenarráveis: pule a seção citada…

Recentemente, no Brasil e em outras partes do mundo, onde estão “promovendo democracias”, é quase insuportável o clima atrabiliário dos postantes alegadamente anônimos.
Aqui e noutras praças, não é incomum a apologia ao crime, o engajamento de pessoas que se utilizam de Instituições públicas para fazer política (mesmo negando-a, dentro da dialética da ação e negação) e nem mesmo médicos postando procedimentos tanatológicos (Sic!).

Alguns dos postantes acabaram e acabarão tendo problemas com a justiça e com suas próprias categorias: nada do que se escreve, na Net, fica privado. Este é um erro crasso que cometem alguns sociopatas. Eles se escondem num cobertor que está mais para tábua de pirulito. Não há garantias, num ambiente sempre monitorado.

Marisa Letícia e LulaMas a pergunta é: como se proteger deste ódio fundamentalista na Net? Tem como?
A resposta é sim. E o truque é velhíssimo, mas funciona: não responda! Na W³ clássica, esta onde conversamos ora, existia e existe um elemento fuleiragem sem futuro, vulgo cão das costas ocas e que atende pelo famoso nome de Troll. Este elemento mal-fazejo só tem um intuito: gerar flames Evite-os. O que são “Flames”? São discussões, no sentido pejorativo do termo, que às vezes nascem de uma simples discussão, no sentido puro, sobre um tópico abordado, levando as pessoas a empreenderem verdadeira “batalha campal”, prejudicando a discussão propriamente dita, deixando-a em plano inferior. Os “flamers” ou “trollrers” são pessoas que passam a se tornar conhecidas nas rodas de discussões, não por agregar à discussão, e sim pelo diversionismo; a melhor forma de tratar com estes tipos é ignorá-lo, encerrando o bate-boca. É como matar um tumor de inanição. Sem alguém para discutir, no sentido ruim da palavra, ele cai fora; ele e “sua razão de ser”.
No caso das Redes Sociais, onde o ódio é um mecanismo político, mais importante ainda evitar, ignorar.
Recentemente, com a morte de Marisa Letícia, ex-Primeira Dama e esposa de Lula, o ódio, tivera uma escala para medi-lo, esta teria transbordado, estourado, tão grande a enxurrada de baixarias que se podia ler.

Alguns Grupos de discussão reagiram pronta e corretamente, não só não replicando a onda odiosa como trazendo, como verdadeiro antídoto, postagens de flores. Sim, flores. Flores, música, textos contemplativos, o que for. Para vampiros, alho, já dizia a música.

Se a televisão, uma das máquinas de gerar faFlores do Camposcistinhas e fascistões, está a todo vapor, vamos utilizar a Net. Contra ela a tevê não pode. A juventude prefere os meios mais modernos, pelo poder de interação e pelo empoderamento deles. Tiremos proveito disso. Criemos Grupos de Discussão de assuntos importantes. Filosofia, Antropologia, Psicologia, Protocolos de Rede, Aviônica, Criação de Alevinos, etc. Divulguemos. Busquemos adeptos de bom estudo. Vamos utilizar as vantagens das Redes Sociais a nosso favor. Não vamos atrás dos que veem tevê, os que ainda assistem aos programas “espremeu, sai sangue” nem dos que se tornaram reféns do “domingão” e seus clones. Estes já estão abduzidos.

O nosso foco é quem ainda pode participar de uma discussão sadia. É possível utilizar a Net para discussão saudável. Mesmo que estejamos sempre com aquela sensação de estar sendo seguido (e estamos…).

diga não ao ódio. Diga sim ao conteúdo.
Margaridas

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