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O Papelzinho E A Fragilidade Das Obsoletas Urnas De 1ª Geração, No Brasil.

Urna-Se A nós...

Dentre todos os países que adotam algum tipo de votação eletrônica, o Brasil ainda é quem utiliza o sistema mais vulnerável a fraudes, aliado a uma resistência totalmente sem explicação plausível por parte da Autoridade Arbitral e Organizadora dos pleitos, no Brasil, o TSE.
Antes de qualquer estudo mais profundo, mister se faz que expliquemos algo: o chamado voto impresso não fica em poder do eleitor (se assim o fora, seria a coisa mais fácil do mundo o senhor do engenho saber em quem o “peão” votou e dar-lhe uns pedaços de rapadura ou relhadas, conforme o “voto impresso”). Não. O voto impresso assim se denomina por que o equipamento eletrônico que recebe o voto emite, numa urna em separado, uma comprovação deste. Tal comprovação, além de não ficar em poder do leitor, nem de ninguém mais, só será utilizado para fins de auditabilidade e de verificação de integridade eleitor X voto, ou seja, para evitar as “urnas coelho”, além de outros truques conhecidos do tempo da urna física.

Para ter acesso ao voto da contraprova, o “Paper Track“, a autoridade demandante deve possuir legitimidade para pedir e só a Autoridade certificadora, no caso, os T<R|S>Es podem conceder a demanda, sempre com fundamentação.
Pois bem. O Brasil utiliza urnas eletrônicas de primeira Geração (Aqui, explicação sobre as diferenças entre as Gerações de urnas e auditabilidade). O TSE, além de não atender a decisão congressual, que decidiu pela adoção do Paper Track, numa clara afronta a este Poder, ainda não explicou também por que utiliza um software chamado “Inserator” nas urnas brasileiras. À parte de parecer nome das Organizações Tabajara (antes fosse!), o Inserator é acionado quando, e por quem? Como este software interfere na totalização?

Como explicar à sociedade um Poder afrontar o outro, mesmo em um regime de exceção, como se sabe, impedindo a vontade do legislador?
Em 2014, criamos uma Petição exigindo do TSE a Adoção do Paper Track. Com mais de 70.000 assinaturas, foi declarada vitoriosa, coincidindo, inclusive, com o advento da aprovação, pelo Congresso Nacional, da adoção do “pepelzinho“.

A quem interessa esse sistema de 1ª Geração? Qual a razão da resistência, passando por cima do Congresso Nacional, do TSE na adoção do papelzinho? São perguntas que não calam.

E você, entendeu o que é o papelzinho; que ele não fica com o eleitor? Sua função e por que outros países não aceitam mais as urnas de 1ª Geração?
Se assim o fez, cumprimos parte do nosso trabalho, que é desmistificar o famoso Paper Track. Agora, cada um de nós pode e deve pressionar a Autoridade eleitoral pela sua adoção.

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Sobrevivendo Ao Ódio Na Net, Sem Odiar, Também

Ou: Virando O Jogo Com As Armas Do Inimigo

CerejeiraCom o passar do tempo, percebe-se que a Internet, depois do advento das Redes Sociais, não é mais tão-somente a velha W³ acadêmica, ascética, espartana, às vezes, até ríspida, para quem não é versado nos seus mecanismos de funcionamento, como Serviços, Linguagens, Protocolos, etc.
Para os usuários atuais, pouco afeitos a regras de comunicação, Netqueta ou similares, o ambiente virtual se lhes aparenta como um local onde podem ser “eles mesmos”, despidos de regras de convivência do cartesiano mundo real.

É aí onde começa a confusão. Não é o paraíso sobre a terra. Não é o néctar virtual. É um ambiente monitorado, para o bem e para o mal. Tudo que se fala, posta e se discute nas mídias digitais pode ser recobrado e utilizado para fins diversos daqueles que o internauta desavisado pensara. E o monitoramento não se dá em escala e dimensão pessoais, como se poderia pensar; não. O monitoramento é mundial e os resultados são desastrosos, sem prejuízo da eventual bisbilhotagem em escala menor.
Foi para isso que elas foram feitas; não foi para o José postar como Andreolli e esculhambar com o prefeito, mesmo que isso comumente aconteça.
As Redes Sociais são mecanismos de controle social. E como são eficazes…
Umberto Eco ( 5 de janeiro de 1932 — 19 de fevereiro de 2016) um dos filólogos mais engajados no estudo do fenômeno das Redes Sociais, dizia que:

As mídias sociais deram o direito à fala a legiões de imbecis que, anteriormente, falavam só no bar, depois de uma taça de vinho, sem causar dano à coletividade. Diziam imediatamente a eles para calar a boca, enquanto agora eles têm o mesmo direito à fala que um ganhador do Prêmio Nobel. O drama da internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade

Por causa deste empoderamento é que é impossível, hoje em dia, ler um texto sobre Encelado e seus gêiseres sulfurosos sem ver, na seção de comentários, alguém atribuindo a altura dos jatos a algum partido político, normalmente de esquerda; só há um jeito de evitar ler um monte de sandices inenarráveis: pule a seção citada…

Recentemente, no Brasil e em outras partes do mundo, onde estão “promovendo democracias”, é quase insuportável o clima atrabiliário dos postantes alegadamente anônimos.
Aqui e noutras praças, não é incomum a apologia ao crime, o engajamento de pessoas que se utilizam de Instituições públicas para fazer política (mesmo negando-a, dentro da dialética da ação e negação) e nem mesmo médicos postando procedimentos tanatológicos (Sic!).

Alguns dos postantes acabaram e acabarão tendo problemas com a justiça e com suas próprias categorias: nada do que se escreve, na Net, fica privado. Este é um erro crasso que cometem alguns sociopatas. Eles se escondem num cobertor que está mais para tábua de pirulito. Não há garantias, num ambiente sempre monitorado.

Marisa Letícia e LulaMas a pergunta é: como se proteger deste ódio fundamentalista na Net? Tem como?
A resposta é sim. E o truque é velhíssimo, mas funciona: não responda! Na W³ clássica, esta onde conversamos ora, existia e existe um elemento fuleiragem sem futuro, vulgo cão das costas ocas e que atende pelo famoso nome de Troll. Este elemento mal-fazejo só tem um intuito: gerar flames Evite-os. O que são “Flames”? São discussões, no sentido pejorativo do termo, que às vezes nascem de uma simples discussão, no sentido puro, sobre um tópico abordado, levando as pessoas a empreenderem verdadeira “batalha campal”, prejudicando a discussão propriamente dita, deixando-a em plano inferior. Os “flamers” ou “trollrers” são pessoas que passam a se tornar conhecidas nas rodas de discussões, não por agregar à discussão, e sim pelo diversionismo; a melhor forma de tratar com estes tipos é ignorá-lo, encerrando o bate-boca. É como matar um tumor de inanição. Sem alguém para discutir, no sentido ruim da palavra, ele cai fora; ele e “sua razão de ser”.
No caso das Redes Sociais, onde o ódio é um mecanismo político, mais importante ainda evitar, ignorar.
Recentemente, com a morte de Marisa Letícia, ex-Primeira Dama e esposa de Lula, o ódio, tivera uma escala para medi-lo, esta teria transbordado, estourado, tão grande a enxurrada de baixarias que se podia ler.

Alguns Grupos de discussão reagiram pronta e corretamente, não só não replicando a onda odiosa como trazendo, como verdadeiro antídoto, postagens de flores. Sim, flores. Flores, música, textos contemplativos, o que for. Para vampiros, alho, já dizia a música.

Se a televisão, uma das máquinas de gerar faFlores do Camposcistinhas e fascistões, está a todo vapor, vamos utilizar a Net. Contra ela a tevê não pode. A juventude prefere os meios mais modernos, pelo poder de interação e pelo empoderamento deles. Tiremos proveito disso. Criemos Grupos de Discussão de assuntos importantes. Filosofia, Antropologia, Psicologia, Protocolos de Rede, Aviônica, Criação de Alevinos, etc. Divulguemos. Busquemos adeptos de bom estudo. Vamos utilizar as vantagens das Redes Sociais a nosso favor. Não vamos atrás dos que veem tevê, os que ainda assistem aos programas “espremeu, sai sangue” nem dos que se tornaram reféns do “domingão” e seus clones. Estes já estão abduzidos.

O nosso foco é quem ainda pode participar de uma discussão sadia. É possível utilizar a Net para discussão saudável. Mesmo que estejamos sempre com aquela sensação de estar sendo seguido (e estamos…).

diga não ao ódio. Diga sim ao conteúdo.
Margaridas

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Presídios X Escolas; Até Quando Presos Como Mercadorias?

Não bastassem os muitos problemas vivenciados pelos brasileiros, golpe, retirada de direitos sociais, retrocessos em todos os aspectos, com os golpistas pisoteando todo arcabouço de direitos trabalhistas conquistados desde Getúlio, temos agora, como clímax de um problema que se arrasta há tempos, sendo postergado o seu enfrentamento ad aeternu, além do golpismo entremeado, do clima de insegurança, em todos os níveis, da sociedade brasileira, temos agora a questão dos presídios. As rebeliões, o controle paraestatal, dentro e fora das unidades prisionais e a privatização dos presídios, filão de ouro para os concessionários e dor de cabeça crescente para os Entes Estatais, além de questões de Direito (e de direitos) que não podem ter sua discussão adiada, postergada, sob pena do agravamento tornar irreversível a delicada questão prisional, tendo como bojo a questão da tutela dos apenados.

Este clima de terror vivido fora e dentro dos presídios brasileiros não é novo. Ele assim se nos parece. Mas a desídia histórica em tratar o sistema prisional com a sua devida importância é a real e mediata causa de tudo de mal que vivenciamos ora. E tem uma grande zona de interseção com a maneira como o apenado é visto, pela sociedade e pelos seus governantes.

Antes de qualquer questão legalista, a tutela dos presos não pode ser alienada, jamais. Questão paralegal, de Direito. O Estado, nos seus pacto e função social, tem a guarda dos apenados, e, sob tal égide, não pode vendê-la ou tratá-la como um produto, alienando o o controle sobre o destino dos seus reclusos, inclusive no plano financeiro.
Qual seria, então, a finalidade da execução penal e da aplicação da privação da liberdade do apenado? Seria punitiva, ressocializadora, ambos, n.d.a.?
Se for meramente punitiva, por ter o controle cominativo e dosimétrico, não pode terceirizar a aplicação desta; se for ressocializadora, não idem, pois o ente privado, por manifesto conflito de interesse, não pode nem deve cuidar da função que é atributo basilar do Estado.

Pensando ainda na finalidade da pena de privação da liberdade do tutelado, não pode, idem, o Estado, sob-rogar o seu controle executório. Basta se vislumbrar um pouco dos muitos que “mofam” nas unidades prisionais, muitos destes com pena indevidamente executada e | ou vencida, de há muito. Atentado manifesto a tudo que se concebe como bom senso.

O próprio argumento de economia, dados pelos privatistas, para justificar este crime contra a dignidade da pessoa humana, é uma falácia. O custo mediano do recluso gira em torno de três (3) vezes com relação ao mesmo custo quando da guarda via Ente Estatal. Então, não se fale em economia. Favorecimento e jogo de conflitos de interesses, sim.

O pior disso tudo é que a solução passa por (mais uma vez?) Educação. Chato, não? De novo? Constroem-se presídios onde a sociedade “economizou” em não construir escolas. É um trabalho a longuíssimo prazo e quanto mais cedo se fizer esta inflexão tanto melhor.
As grandes nações, como Japão e Alemanha podem nos dar bom subsídio para entender como se dá este longo, porém necessário processo. São países que tiveram suas economias, inclusive a própria infraestrutura, arrasadas e que conseguiram se reerguer, servindo como exemplos para o mundo. Nações pujantes e que se impuseram porque apostaram na formação da pessoa humana.
Não custa lembrar famoso aforismo de Victor Hugo, para quem Aquele que abre uma porta de escola, fecha uma prisão..

Aliás, em se falando em fechar prisões: Suécia E Holanda Fecham Prisões. Aqui, os apologistas da exclusão defendem abertura de novas unidades, quando seria muito mais barato, prático e respeitoso, para com a pessoa humana, com o Erário e até com a inteligência do brasileiro, rever as prisões, fazer mutirões, aplicar penas alternativas. Ah, mas isso aí dá trabalho e não traz resultado financeiro para os privatistas.

Por respeito à pessoa humana, mais escolas, urgente (ah, o governinho golpista está fechando-as, inclusive desativando as escolas noturnas, inviabilizado a educação de quem precisa trabalhar e estudar) e menos presídios.

O autor trabalhou, por dez anos, à disposição da Sejus-Ce. Dentre as suas atribuições, por trabalhar em TIC, havia uma auditoria anual dos ativos de hardware nas dependências privatizadas. Para se ter uma ideia do conflito de interesses, a reincidência, vista pelo Estado, uma mácula; do ponto de vista pela empresa privada, realimentação de lucro. Modelo de negócios. Quando cheguei a uma destas empresas, fui amavelmente convidado a conhecer algumas rotinas da unidade. Fi-lo. Ao voltar, o encarregado de TIC que me recebera tinha ‘evaporado’. Repentino ‘mal-estar’, alegara depois. Fazer o nosso trabalho de Auditoria era missão impossível.

Retrocesso Institucional. Até Quando?

Passado o sufoco do segundo turno da eleição presidencial, preparávamo-nos para o inexpugnável terceiro turno, aqui e em toda a América do Sul. Só não nos era, penso, possível, então, antever a ferocidade deste, mesmo que as eleições, no Brasil, desde 2010, tenham se tornado mais e mais atrabiliárias, com a direita se tornando, a cada dia, a pitonisa do golpe, fosse qual a modalidade, clássico, ou em sua modalidade mais “moderna”, judiciário, a la Honduras.

Desde aquelas eleições, como dizíamos, a direita “virou a mesa”, com o carteado já distribuído, supõe-se, sabedora do seu desfavor, vindoiro, no jogo. “Convocaram” o então Papa, o bispo não sei d´onde, mandando ao inferno, literalmente, as conquistas, até aqui, do Estado laico. A questão do aborto virou estratégia eleitoral, não funcionando, ao final, para os “ungidos” por estes terem praticado os “crimes” aludidos. Tragicômico, surreal, mesmo no Brasil.
A imprensa mundial tratou também de dar sua contribuição, “despida de qualquer interesse” no jogo, com as revistas da banca internacional entrando de corpo e alma (por assim dizer…) na disputa, sempre de modo “democrático” e “isento”.

Com a chegada (anunciada) do terceiro turno, tivemos um grande retrocesso institucional, no Brasil. Processo, lembre-se, iniciado em 2005, com a pantomima do mentirão, digo, mensalão e afunilado neste último terceiro turno. Os avanços institucionais se diluíram na sanha golpista e nos remete a um passado recidivo. Tudo parece um filme a se repetir.
O divisor de águas da quebra na inflexão federativa que parecia se desenvolver, no Brasil, aparenta ser o caso do Grampo Sem Áudio (sic!). A partir dali, experimentamos, concomitante com um protagonismo espúrio e crescente das instituições que deveriam ser fiscais da Lei ou, no mínimo, zelar pela sua observância (MP[E|F], PF, STF, etc.).

Se Umberto Eco tem razão em dizer que as Redes Sociais empoderaram o imbecil fundamental, no Brasil, terra de extremos, as tais armadilhas digitais deram vez ao midiota mais perigoso de todos, pois além da pouquíssima qualidade educacional, é um tipo que se reconhece historicamente por repelir os rótulos. É um tipo que não aceita ser chamado de golpista. Tanto que criou o malabárico conceito da “Intervenção Militar Constitucional”. Fruto destes tempos rábicos são, por exemplo, as passeatas pedindo o golpe, mas sem golpe, por favor. Mulheres com faixas defendendo o feminicídio (não lhes pergunte o sentido da faixa. Elas apenas estão protestando contra “algo”…); faixas protestando contra excesso de Paulo Freire nas escolas, bem como projetos de lei proibindo doutrinação marxista nos mesmos estabelecimentos! Aqui, a simultaneidade dos protestos e do projeto da direita estragaram a espontaneidade e acontece o mesmo com as faixas portadas pelas mulheres: não pergunte ao midiota portador de tais faixas quem foi Paulo Freire. Uma pergunta destas é uma indelicadeza…

Já em 2013, teve promotor público, pago com o erário, fazendo apologia do crime: Mate um petista e arquivamos o inquérito. Mais direto, impossível. O apologista criminal utilizou o FaceBook, esta máquina de criar lobotomizados, para alardear o seu próprio crime.

Agora, passado o Mensalão, Operação Vaza A Jato, digo, Lava A Jato, temos o desmonte completo da indústria, mormente a de ponta, brasileira, além de a tal de Vaza A Jato só terminar quando o seu títere, o sr. Moro, juiz de primeira instância, mas com poder sobre todo o arcabouço institucional, conseguir o seu intento, que é, de qualquer modo, destruir o PT, a Petrobrás, o Brasil e prender o seu (de toda a direita) inimigo figadal, Lula, o Nêmesis. O que vier primeiro destes eventos.
Os poucos que diziam que a reforma do gangrenado Poder Judiciário seria prioridade, sabiam que esta reforma seria sine qua non. Sem ela não haveria possibilidade de avanço, pois este poder sempre foi o mais recalcitrante a qualquer avanço social e foi o grande coonestador do regime militar.
E também dizíamos que sem educar o povo este mesmo se voltaria contra seus defensores. Só pão, sem educação, nunca funcionou, aqui e nem algures.

A esquerda (pense esta palavra com certa amplitude) brasileira tem grande culpa no nosso retrocesso; em vez de preparar as pessoas, fazia-se omelete no cafofo da serpente. Em vez de incentivar a mídia alternativa, foi-se a rapapés das famílias midiáticas.

Hoje, quando se vê ministra (caixa baixa intencional) do stf (idem) utilizando, ironicamente, motes da esquerda para punir os inimigos da casa grande; quando se assiste à pantomima de ministra (idem!) reconhecendo não haver elementos para condenar, mas, a despeito, ela o faria, quando se vê organização paramilitar dentro do Estado, conspirando contra a Presidente, organizando-se politicamente, com estrutura estatal, em prol do candidato derrotado, instituições estatais mancomunadas com órgãos de imprensa, engajados em causas nada federativas, a esquerda tem de fazer um rotundo mea culpa. Somos partícipes, pela omissão, que o seja, mas o somos.
Quando se vê, idem, ministro de Estado apoiando projetos lesa-pátria da direita, não é tão estranho assim, desde que ele não permaneça. O sr. Levi, ao defender projetos do nefando Serra e de outros inimigos do país, está fazendo o seu jogo. Quem está jogando contra é quem o mantém.

Para não dizer que não falei das flores, vivam os estudantes das escolas públicas paulistas, aqueles que lutam bravamente contra a privatiz., digo, normalização das escolas. Estes, sim. Têm coração valente e desejam uma pátria realmente educadora. Sem “normalização”. Parabéns a estes jovens. Vós sois, de fato, a esperança.

Jornadas nas Estrelas e o Futuro Imperfeito

Nave Enterprise Original - DivulgaçãoJornadas nas Estrelas, o seriado que encantou, desde a década de 1960, até os dias atuais, toda uma geração de fãs (não, não se refere aos Trekkers; eu disse fãs, sem o ‘nático’.) inovou em tudo, ou quase. Foi a primeira série a apresentar, principalmente para a sociedade estadunidense, reconhecidamente refratária, a possibilidade de coexistência de pessoas, humanas ou não, e até de haver interação e romance entre estas. Foi a primeira vez, por exemplo, que um homem australoide beijou uma mulher afrodescendente, clara e ostensivamente (a tevê estadunidense já havia ensaiado esta ousada cena, com  a desculpa de esbarros, para não irritar os sulistas, reconhecidamente etnicistas) no episódio Plato´s Stepchildren (Enteados de Platão, literalmente) entre o Capitão James T. Kirk e a Tenente Nyota Uhura.

Jornadas inovou em quase tudo, reitere-se. Para início de conversa, deixou Malthus falando sozinho, ao resolver o problema alimentar, pelo menos na Enterprise e onde a Federação aparecesse. Nada que as pesquisas em agrobiologia não já o fizessem, mas os sintetizadores de alimentos da Enterprise resolviam também o problema da limpeza e da reciclagem dos utensílios. O melhor de dois ou mais mundos, não?
Inovou na medicina, na tecnologia em rádio-transmissão (os comunicadores, mesmo os trambolhos da série original, são o protótipo do sistema de codificação do celular de Hedy Lamarr e dos nossos, claro).

Uma das maiores abordagens utópicas de Jornadas talvez venha a ser a possibilidade de haver paz e colaboração entre raças, não restringindo mais o problema da intolerância à espécie humana. Vulcanos, klingons, cardassianos, romulanos, vidianos, ferengui, talaxianos, todos, um a um, acabariam por se filiar à Federação dos Planetas Unidos (uma versão bem abrangente, ecumênica, sincrética, até, da Organização das Nações Unidas — se só há uma raça, aqui, a humana, então, a Federação haveria de comportar as outras espécies inteligentes dos Universos. Um bom recado aos intolerantes humanos contemporâneos). No caso dos vulcanos, malgrado seu passado violento, a aliança com a Federação pareceu mais natural, apesar disto, mas, no caso dos klingons, eles só se aliaram à Federação após ter, em um dos filmes da franquia, seu mundo iminentemente destruído, caso não recorressem à aliança; de qualquer modo, é pouco crível que uma raça beligerante e de hierarquia vertical, os klingons, consiga construir naves espaciais. É uma licença poética da franquia, sem dúvida.
Registre-se o fato de ser a Capitã[o] Janeway a primeira mulher a comandar uma nave. Há mulheres em altos postos na Federação, humanas ou não. Mas só em Jornadas nas Estrelas – Voyager, há uma capitã.

A série e os filmes da franquia pouco a pouco foram deixando ‘recados’ para as suas diversas gerações. Estes falam em tolerância, paz, avidez por descobertas, divulgação, tendo sempre como foco a Primeira Diretriz, que parece ser o mais próximo do conceito da autodeterminação das raças.

Mas há um aspecto na franquia que causa questionamentos: existe um irrecorrível apelo marcial, apesar das mensagens subliminares de paz e de congraçamento entre raças de todos os universos. Há muito símbolos náuticos na série, bem mais do que aquela saudação fúnebre, sempre que um corpo é ejetado da nave, e em toda a franquia, até aqui, mas não se discuta isso. Mais e além.
Para uma franquia que sobrepujou o preconceito étnico, pregou a paz universal, erradicou a cobiça, o dinheiro, o comércio como simplesmente fonte de lucros (a Federação comercia, mas, nota-se, claramente, numa abordagem de intercâmbio cultural, exceto, por eles claro, com os Ferengui), faz alianças com raças extremamente belicosas, como os hyrogens, ou os romulanos, etc., a inexpugnável tutela militar parece incoerente e muito mal explicada. Seria esta a verdadeira distopia conceitual de Jornadas, nosso futuro imperfeito? A Federação não encontrou meios de organização civis, só há a saída pela via militar? Todas as raças elencadas, durante toda a marca Jornadas, parecem ter a tutela militar como forma irrecorrível de organização.

Seria intencional, esta “marciogonia”, seria fruto da inspiração de seus roteiristas, medo de propor temas espinhosos, como a verdadeira democracia, sem protetores e sem salvadores, de propor um “indo além”, no caso, uma sociedade anárquica, autorregulada, por estarem inseridos numa sociedade, como a estadunidense, refratária a qualquer ideia que possa redundar em comunismo, em superação de Governos e de tutores?

São muitas perguntas. Nenhuma resposta, por ora. E o leitor, o que pensa? Param aí, as inovações de Jornadas nas Estrelas? Ou Mad Max, Ellysium e outros distópicos têm razão, o futuro é sombrio, ou seja, só nos resta sermos tutelados ou rebelados? Gostaria de ouvir o que você pensa, sobre isso.

Que a obra de Içami Tiba continue a nos iluminar

Imagem Içami Tiba (Viomundo)Içami Tiba ( 15 de março de 1941 —  2 de agosto de 2015) foi médico psiquiatra, psicodramista, colunista, escritor de livros sobre educação familiar e escolar e palestrante brasileiro. Professor em diversos cursos no Brasil e no exterior, autor da Teoria da Integração Relacional. Segundo esta, os pais e educadores precisam ser integrados ao processo da Educação, ou seja, a abordagem do Professor Tiba repõe o foco na importância da holística das ações e dos agentes da ação educacional, sem obscurecer nem supradimensionar nenhum deles.

Presença constante em palestras e outros eventos culturais, o grande mérito das ideias de Tiba, além do seu imenso comprometimento com a Educação, foi justamente o de repor os agentes principais, os pais, no rol dos que afetam ou são diretamente afetados pelos relacionamentos (ou falta deles, claro).

Filho de imigrantes japoneses, os quais, fugidos das dificuldades pelas quais passava o seu país de origem, em plena década de ´30, vieram aqui se estabelecer e ramificaram, a exemplo de várias outras famílias nipônicas.

Segundo consta, seu sonho de infância era ser caminhoneiro. Mas, ao receber visita de Dr. Imamura, de cidade vizinha à sua, mudou de ideia e se tornaria, então, médico, o que veio a se dar em ´68, pela USP. Especializou-se, ainda pela referida Universidade, em psiquiatria, tornando-se professor assistente, por sete anos. A obra de Içami foca o problema dos adolescentes nos pais, os quais nem sempre se comportam como verdadeiros adultos. Segundo ele, os pais que assim se comportam, vivem a fase conhecida por “adultescência“. Daí o inevitável questionamento: como conduzir, quando condutor também precisa de orientação?

Içami foi colunista, atuou em tevê, fez de tudo, dada a sua imensa produtividade e seu incansável intelecto, mas a sua maior contribuição parece vir de sua contemporaneidade. Ele não se furtou de tratar de temas que a mídia ignora e a própria escola vilipendia e um de seus últimos trabalhos trata exatamente de drogas e Internet.

Autor do “best seller” “Quem Ama, Educa“, Içami alertou que a Internet é uma realidade que não pode ser menosprezada, muito pelo contrário, deveria ser encarada como aliada dos pais e dos educadores: antes, só era necessário amor. Agora, amor e conhecimento. Sua última publicação, “Quem Ama, Educa! Formando cidadãos éticos“, pela Integrare Editora, de sua propriedade, reforça a importância da educação paterna, bem como a necessidade de estar sempre atualizado. É de importância vital este recolocar no eixo da discussão o papel dos pais e da mídia na educação dos jovens.

Grande perda, para o Brasil, para o mundo. Que a sua obra continue a nos iluminar.

Publicado, originalmente, no Vi O Mundo. Ilustração do Mestre Içami: idem. Agradecemos, mais uma vez, pela gentileza usual do pessoal do VOM.

Esquerda, No Brasil; Indo Além Da Síndrome de Sísifo?

Fazendo uma diacrítica, vindo dos anos ´50, período mais acentuado, ou mais ostensivo, da atividade udenista, de desconstrução e de de entrega dos ativos e da vocação do país, até aqui, percebe-se claramente que a direita fizera tudo ao seu alcance para desconstruir e dilapidar o país. Às vezes, com a colaboração tácita, não-desejada, porém, da esquerda. leia-se esquerda, para desambiguar, como qualquer corrente que tenha um pensamento não-alinhado com o entreguismo, com a abdicação da autonomia e a autodeterminação brasileira. Mercê da amplidão conceitual exagerada, há de nos permitir ter uma visão menos afeita a proselitismo.

De antemão, a direita tem um projeto, ou lhe basta a abdicação da soberania brasileira, e, por extensão, de toda a América latina? Se a direita não o tem, como afirmo aqui, parte do seu mister é evitar que a esquerda exite, governamental e politicamente, lógico. A metrópole saberá recompensá-los, por isso.

Lula, no início do seu Governo, disse ter consciência de que não poderia errar, ou seja, tinha plena consciência de que esquerda e direita, têm, no Poder, expectativas e papeis diferentes, por parte da empoderada mídia brasileira e do seu Sistema Judiciário, historicamente um coonestador e guardião dos interesses da Casa Grande.
Fazer o papel apropriado, na visão do hábil político, seria não permitir que o sistema midiático lhe pregasse o rótulo de fracassado, mesmo que o fracasso, perante a banca, a mídia e os “brasilianistas” (Sic!) fosse parte sine qua non para o regresso da “confiável” direita ao Poder. Situação difícil, mas Lula fez um Governo a ser lembrado à exaustão, exatamente por “não poder errar”. Aliás, ele cometeu vários erros, mas não aqueles pontuais, desejados pela elite. Daí surgiram os arroubos “éticos” da direita, como sói. Combate à corrupção (desde que da esquerda) tem sido tema recidivo. Um dos pilares do udenismo, aqui e algures.

E a esquerda, se o tem, qual é este? É cuidar da massa falida do rentismo, simplesmente; administrar o caos do “deus” mercado, em nome, claro, desta nova deidade humana?
Ou compete à esquerda meta pensar finalidades, nortes, ideais?
Se sim, o erro da esquerda tem sido um revival, tendo o maior erro de avaliação histórico o pensar na mobilidade social como fator autossuficiente à conscientização do trabalhador. Resta provado que, “educado” pela mídia, o trabalhador sempre se volta contra o seu “benfeitor”. Este parece ser o erro capital da esquerda.

Sem a verdadeira, legítima educação política, o trabalhador não tem como identificar seus aliados e seus verdadeiros inimigos e a esquerda parece menosprezar este fato. Tanto que jamais cuidou da Educação (no sentido finalístico, não só processual). É a verdadeira Síndrome de Sísifo: levamos a pedra da ascensão social até o cume da montanha e somos tragados pela mídia, que “ensina” à classe trabalhadora “lições” ignorância política e, por decorrência, de intolerância, e esta acaba votando nos “éticos”. Assistimos a tudo isso agora, em tempo real. Golpes à Constituição, pogroms contra os “bolivarianos”, mulheres carregando faixas defendendo o feminicídio, faixas de coxinhas protestando contra Paulo Freire (a grande maioria deles sequer sabe de quem ou do que se trata), projetos de Lei de monitoramento ideológico nas escolas, etc. A onda de intolerância, antes de geração espontânea, é fruto da desídia da esquerda. Ou do desconhecimento do seu papel, o que redunda igual.

Outro fator que tem sido igualmente e historicamente vilipendiado, pela esquerda (lembre-se que falamos sobre possíveis projetos nacionais), é a questão das indústria brasileira. Substituição de importações, indústria autóctone, pontos de inflexão industrial soberana têm sido evitados, sendo a esquerda, historicamente, refém da indústria, tanto por não propor alternativas como por não entender a importância estratégica da criação de uma indústria legítima, bem além de ser meramente uma repassadora de bens acabados, sem qualquer protagonismo na criação e transformação de matéria prima. Somos grandes fornecedores desta, sabemos. Mas podemos pensar em transformação? Como diminuir o lucro-Brasil, o que realmente encarece a nossa vida, e não o propalado “custo-Brasil”, e ao mesmo tempo, criamos condições de competir com a indústria de ponta?

Seremos condenados, feito Sísifo, a carregar pedras, mesmo sabendo que a inglória tarefa restará infrutífera, pois teremos sempre de “arrumar a casa”, esfoliada pela direita xenófila, ou podemos preter-pensar, especular, extrapolar nossos limites autoimpostos? Quando poderemos, se o fizermos, um dia, chamar a este riquíssimo país, com propriedade, de “Pátria Educadora“?

Ilustração: Punição de Sísifo, A; Tiziano. Reprodução.

Introdução ao HTML, a Linguagem da Internet

Com a onipresença da Internet, que, de modo imersivo, passa a ser o meio, por definição, é fundamental saber compor uma pequena página em HTML, a linguagem que age nos bastidores das páginas que fazem o que conhecemos por WEB ou Rede Mundial. Vou mostrar, através de pequenas “aulas”, como tu poderás aprender e se valer deste pequeno agrupado de propedêutica de Internet para conversar em informatiquês básico de formatação amigável das URL’s, durante o desenvolvimento da nossa conversa informal.  Saber formatar com elegância (e sem decadência) páginas e “linques” de páginas em HTML amigável é vital, pois permite ao leitor uma abordagem mais profissional e estética, além de lhe dar indicação clara do que trata o Elo de Ligação ou Linque. Fica mais elegante, do ponto de vista do leitor, e também é um chamariz, pois, às vezes, o “linque” não é algo autoexplicativo nem muito menos “atraente” para o leitor. Mas vamos por partes, a la Jack. Antes de nada, a pergunta que não cala: O que é HTML? Amig@, o HTML é a linguagem por trás das páginas da Internet. HTML siginifica Hyper Text Markup Language. Tudo que tu lês na Internet contém, essencialmente, HTML, junto com outras tecnologias. Mas o visual, seja um Negrito, um Itálico, uma URL apontando para um tópico (na mesma Aba; em outra Aba ou página, se o Navegador permitir, etc), uma tabela estática, é feito com HTML. O fato de ela ser “Markup Language“, Linguagem de Marcação, significa que precisamos de outras tecnologias, por exemplo, quando for preciso abrir um Banco de Dados. O HTML é essencialmente a parte visual da tua página. Ele invoca, quando necessário, outros motores para enriquecê-la. Outra pergunta: se HTML é uma linguagem e ela faz parte do texto, como eu indico ao próprio texto ou página que eu desejo formatar algo, por exemplo? Resposta: através de Tags, Etiquetas HTML. As Tags indicam onde começa e onde termina um código para conseguir fazer algo na página. Daí a ideia de “Linguagem de Marcação”. Nós, literalmente, marcamos, indicamos, com TAGS, onde começa e onde termina certo efeito na página. As Tags iniciam, sempre, com o Menor QUE (<); depois, tu escreves o efeito, que pode ser i, para itálico; b, para Negrito (b é inicial para BOLD, Forte), por exemplos; depois tu fechas a Tag com o Maior QUE (>). Pronto. Iniciei um efeito. Para fechá-lo, indicando ao texto HTML, o fim daquele recurso ou efeito, tu utilizas, de novo, o Menor QUE (<) seguido da Barra (/); insere o comando do efeito, mas, como tem a Barra, o Navegador “sabe” que é para finalizar o efeito ou comando; fecha a Tag, de novo, com Maior QUE (>). A partir deste ponto, o Navegador interpreta que aquele efeito solicitado foi encerrado. Toda Tag que eu abro, devo também fechá-la, senão o efeito não cessaria (<>, escreve texto com o efeito, </>). Vou dar um pequeno exemplo: Vamos tornar negritada a palavra TAGS na frase “Meu Navegador aceita Comandos HTML, em forma de TAGS”. É bem simples. Sugiro que tu copies este texto em um editor simples, como o NotePad, para quem está no Windows. No Linux, eu usaria o KWrite ou o Kate. Nada impede, também, que tu uses um software próprio para edição de HTML, como o Bluefish, o qual é um verdadeiro canivete suíço: serve para escrever código HTML, C, Python, etc., e é multiplataforma. Ao salvar, como por exemplo, para “teste1.html”, tu escreves, se se utiliza o NotePad ou Bloco de Notas, para tal, o nome entre aspas. O NotePad salvará sempre como .txt, salvo se se faz uso das aspas, para dizer ao editor de texto para salvar em outro formato. Isto é uma característica do aplicativo. Pois bem. Salve-o como “teste1.html” e abra-o no Navegador: Internet Explorer, Firefox, Chrome, Opera, não importa. Ele vai “ver” o texto com a formatação solicitada. Bem, como eu disse, para formatar em Negrito é simples: eu abro uma Tag, no início do texto a negritar, com Menor Que (<), depois coloco o código do negrito (B ou b) e fecho-a com o Maior QUE (>); para informar ao Navegador o final do efeito, eu abro com a TAG de fechamento (Menor QUE, Barra, Efeito, Maior QUE – </b>, por exemplo, para encerrar o Negrito). Observe que o código de marcação, no caso aqui, para negrito, pode ser escrito em minúsculo ou em maiúsculo. Por norma, eu escrevo em caixa baixa, mas pode ser um ou outro. A frase era “Meu Navegador aceita Comandos HTML, em forma de TAGS”. Deveríamos negritar a palavra tags (Morvan, não era TAGS? Sim. A mesma coisa. Só para entender que, em HTML, não importa a caixa de texto. Pode ser maiúscula ou minúscula). Fica assim: Meu Navegador aceita Comandos HTML, em forma de <b>TAGS</b>.O Navegador, por causa das TAGS, vai escrevê-la assim:

“Meu Navegador aceita Comandos HTML, em forma de TAGS

Observe: abrimos o efeito negrito (B) entre TAGS. Fechamo-lo, com o mesmo parâmetro, mas com a Barra Indicadora de cessação do efeito. O que vier depois vem sem efeito. É texto puro, sem códigos de controle. A maioria das Tags fecha com a Barra. As exceções serão destacadas, quando possível. E se tu quisesses, ao invés do Negrito (B, b, Bold, em inglês) o itálico, para a mesma palavra? Seria bem simples. O comando para abrir e fechar o efeito seria o I ou i (lembre-se de que os efeitos são “insensitivos”, não importa a caixa do texto). Tu dizes: “Ah, tudo bem, mas eu quero formatar um trecho em sublinhado, ao invés do Negrito“. Seria bem simples, de novo. O comando para abrir e fechar o efeito seria o U ou u (U ou u, pois em inglês sublinhado é “Underlined“. Lembre-se, novamente, de que os efeitos são “insensitivos”, não importa se caixa alta ou baixa). Quando estivermos falando sobre NetQueta, ver-se-á que, via de regra, se escreve em caixa baixa e veremos também o porquê. Aqui é similar. Mesmo que o Navegador interprete Código HTML sem ligar para a caixa do texto, escreveremos habitualmente em caixa baixa.

Uma alternativa ao Bold (b ou B) é a Tag-FechaTag <strong> Texto a Encorpar </strong>

Fica assim, em HTML:
Meu Navegador aceita Comandos HTML, em forma de <u>TAGS</u>. Veja abaixo:

Meu Navegador aceita Comandos HTML, em forma de TAGS.

A mesma frase no Navegador, com o uso de estilos → (para ver como está codificado, via estilo, selecione a frase abaixo e acione, com o botão de atalho do rato, a opção “Exibir Código-Fonte da Seleção” ou similar):

Meu Navegador aceita Comandos HTML, em forma de TAGS

Observação: todos estes efeitos são acionados, com melhores resultados, com o uso de estilos, os quais estão além do escopo deste tutorial.

O Tambor (1979). Revisitando os Tempos Coléricos

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Postado originalmente no Cinema É A Minha Praia, da Valeria Miguez, Lella, a quem agradecemos muito pela hospedagem do artigo e pelas dicas de diagramação.

Gunter-GrassNestes tempos de cólera, como diria Garcia Marques, nada melhor do que um filme para pensar, para refletir sobre o ambiente soturno que assola a todos. A recidiva das ‘soluções mágicas’ não é atributo exclusivo dos trópicos. Antes fora! Este filme, O Tambor, (Volker Schlöendorff, 1979 Die Blechtrommel, Tin Tambor, Tambor de Lata, literalmente), baseado na obra de Günter Grass ( 16 October 1927 — 13 April 2015), parte da Trilogia de Danzig (hoje Gdańsk), cidade de nascimento do escritor, cidade esta que, não só por ser onde nasceu e viveu grande parte de sua vida, mas por vir esta a assumir importante papel no desenrolar das duas grandes guerras (a propósito, não esqueça o fato de o Solidariedade ter nascido ali).

O filme, a exemplo da obra magnífica de Grass, percorre toda a epopeia da família de Oskar, começando pela perseguição a seu avô, ainda nos estertores do século anterior, sendo este abrigado (literalmente) embaixo da saia daquela que viria a se tornar sua avó, Anna Bronski, centrando-se na primeira década do século XX, até a década de 30; mostra a ascensão do nazismo em toda a Europa e seus desdobramentos na vida de Oskar Matzerath (se você, por um momento, se lembrou de Amarcord, não estranhe. Há momentos em que as duas obras se parecem entrelaçar, mesmo que o prisma de ambas difira. Felinni fazia uma retrospectiva bem mais intimista e menos engajada, mesmo quando expõe o fascismo dos ´30), um menino aparentemente normal, mas que, em represália aos costumes (ou ao nazi-fascismo) se nega a crescer.

o-tambor_1979_02O filme mostra um Oskar perturbado pela infidelidade de sua mãe, com seu [dela] primo, mas, nas entrelinhas, fica claro o ambiente plúmbeo que grassa sobre toda a cidade de Danzig. A mãe de Oskar, Agnes, engravida, possivelmente de seu primo, Jan. Ela jura que não terá aquele bebê, pois lamenta a gravidez incestuosa (novamente, o expectador fica em dúvida se a razão da rejeição de Agnes não é pela condição política, extremamente desfavorável, pois não há provisões nem segurança para ninguém). Agnes morre. Sua morte se dá de forma nebulosa, confusa. Mesmo no sepultamento, veem-se os movimentos políticos, pró e contra os descendentes de judeus. Neste intercurso, mostram-se aos poucos os primeiros movimentos com vistas a uma resistência. Neste ínterim, Alfred, a quem Oskar odeia, claramente, contrata uma jovem para ser “dona de casa”. Oskar logo se interessa por Maria. Problema é que Alfred também e é ele quem se sucede no relacionamento, chagando a casar com a “housekeeper”, para desespero do pequeno Oskar. A tensão aumenta, é claro. Prestem atenção na cena em que Oskar tenta matar o futuro filho de Maria, com uma tesoura.

Ciúme, remissão ao Ovo da Serpente, ambos? O que me dizem? Igualmente remarcável é a cena em que a Armada russa invade a mercearia de Alfred e este tenta esconder seu “pin” nazista, na boca. Engasga-se, claro. O soldado russo interpreta como agressão e o mata, para felicidade de Oskar. No funeral de Alfred, um evento faz Oskar crescer. Nada diremos, pois é uma análise diacrônica, e não um “spoiler”!

Veja e reveja O Tambor. Vale demais. Pela beleza da obra, bem como para entender aqueles conturbados tempos (e os d´ora, pois).

Günter Grass é tido, na Alemanha, não só por ter sido laureado com Nobel e com várias outras comendas, como o mais importante escritor, depois de Göethe; nada mal para um alemão que nunca se furtou em colocar o dedo na ferida aberta do nazi-fascismo.

O Tambor (Die Blechtrommel. 1979)

Ficha Técnica: na página no IMDb.

Rosa Parks: Não Ao Etnicismo. O Mundo Nunca Mais Seria O Mesmo

Imagine um lugar onde há restaurantes com acesso exclusivo para brancos; bebedouros separados para os brancos e para os “coloridos”, os de cor. Em alguns Estados, neste mesmo país, o negro não poderia jamais pesquisar em uma biblioteca ou estudar em escola para brancos. Foi neste ambiente que veio ao mundo Rosa Louise McCauley, em quatro de Fevereiro de 1913, Tuskegee, Alabama, ou, para os íntimos, Rosa Parks. 1º de Dezembro é o seu dia, dia este comemorado concomitantemente na Califórnia e em Ohio. Não só pelos nomes dos Estados [con]Federados, dá para ver que não se trata do Brasil. Falamos sobre os Estados Unidos da América. Lá, o preconceito étnico é institucional. Como se trata de uma Federação, os seus Estados-Membros podem, como se sabe, ter leis diferentes, aplicáveis só na sua Jurisdição. Aqui, temos preconceito? Sim, mas de forma sutil, escamoteada, difusa. Se se pode elogiar algo (não a segregação, claro) nos Estados Unidos, com relação a esta odiosa segregação social, é o fato de eles, pela sua formação diferente da nossa, não jogarem para baixo do carpete seus demônios. Rosa Parks tem este dia em sua homenagem; e o porquê disto? Foi neste dia que o motorista James Fred Blake admoestou a costureira Rosa Parks a ceder o lugar no ônibus a um branco. Rosa Parks disse não. Imediatamente, James Blake acionou a polícia. De acordo com a Lei Civil, o motorista poderia determinar o local dos passageiros, por critério étnico. Ali, com a recusa de Parks em ceder seu lugar ao passageiro branco, a cadeia de eventos desaguaria no Boicote Ao Sistema de Ônibus de Montegomery e seria o estopim da luta pela igualdade étnica nos Estados Unidos e em todo o mundo, vez que o preconceito existe algures e, via de regra, é escamoteado.
Pois sim. O movimento de boicote iniciado pela valente Parks se iniciou neste ilustre dia e prosseguiu até Vinte de Dezembro de 1956, quando a Suprema Corte dos Estados Unidos declarou inconstitucionais as leis segregacionistas em ônibus do Alabama e, claro, de Montegomery. Claro que Parks sofreu inúmeras represálias, por sua postura insubmissa, mas foi em frente. Teve de se mudar, pois não conseguia trabalho no Alabama (naquele tempo, mais do que nunca, oferecer trabalho a uma “negra rebelde” era o mesmo que colaborar). Um dos maiores líderes do boicote ao sistema viário do Alabama era o grande ativista dos direitos civis Martin Luther King, autor do eminente discurso Eu Tenho Um Sonho.
A partir da luta de grandes líderes, como Luther King, Parks e Malcolm, o X, os Estados Unidos começaram a rever suas leis segragacionistas, de inspiração sulista.

 “Servimos Gente de Cor. Porta dos Fundos”.
BuzzFeed, via PapoDeHomem.

Leis que impediam negros de votarem e serem votados pereceram. Mas muito sofrimento humano foi necessário. Marchas pacíficas, com pessoas sendo massacradas pela polícia, eventos que culminaram na Marcha à Capital, quando Luther King conseguiu reunir vinte e cinco mil manifestantes, obrigaram o Executivo Federal a recuar e permitir o direito ao voto dos estadunidenses afrodescendentes.
Parks recebeu a comenda Medalha de Ouro do Congresso, com a inscrição “Mãe do Movimento dos Direitos Civis dos dias atuais“, das mãos do Presidente Clinton, em 1999.
Muita coisa mudou a partir daquele gesto, aparentemente anódino, de Parks; se ela, Malcolm, Luther King, tinham sonhos, dentre outros, partiram estes sem ver os Estados Unidos elegerem o primeiro Presidente afrodescendente, além de muitas outras mudanças e de muitas que ainda advirão, necessariamente.
James F. Blake, o motorista do ônibus, logo após a prisão de Parks, afirmou, dando de ombros:

Eu não fiz nada com Sra. Parks, a não ser meu trabalho. Ela violou o Código de Conduta do Condado, então, o que eu haveria de fazer? [Eu] tinha ordens a cumprir.

Ela, la Parks, afirmou, um dia:

Nunca tenha medo quando o que você está fazendo é o correto.

Certo. James tinha ordens a cumprir. Parks idem (ceder o seu lugar a um “superior”). Com uma diferença: Rosa Parks ousou dizer não. E nada, nunca mais, há sido como antes.