Adeus Às Ilusões Ou Ao Estado Social

Adeus às Ilusões (Foto)Vivemos época conturbada, aqui, algures. Ninguém está a salvo do maior desmonte civilizatório do qual se teria ciência, acontecendo ora, sob nossos olhos, cientes ou não. Sim, por que, na aparente distante Idade Média, onde o homem teria uma expectativa de vida de vinte e oito anos, situação que, claro, precede os Estados Nacional e Social, onde um simples ferimento em uma ordenha ou na doma de um cavalo, por exemplos, seria fatal, não havia meios de combater doenças simples, até a descoberta da Penicilina e a criação de Sistemas de Saúde Pública é um longo e tortuoso percurso.

Os Estados, em suas clássicas modalidades, são uma conquista civilizatória fundamental. Com eles se deu o arcabouço de proteção à pessoa humana, o verdadeiro antropocentrismo, quando passamos de meros produtos divinos a seres dotados de direitos basilares. Estado Secular, desvencilhado de todo e qualquer fundamentalismo.

Agora, tudo parece ruir. Estes são obnubilados pelo neoliberalismo e sua tática antinacional para alimentar as corporações, a Globalização. O Sistema Financeiro não encontra limite territorial, linguístico, ético; tudo se transforma em corporativismo e empobrecimento da humanidade, com a concentração de renda galgando índices sem paradeiro. Ricos muito ricos e legiões de famélicos sendo massacrada pelos pouco hospitaleiros “Estados”. Gente morrendo aos borbotões, tentando fugir desesperadamente de suas condições sociais gritantes em seus países de origem.

A Criação - MichelangeloA democracia, outrora, mesmo formalmente, servia de aglutinador social. De cola para os conflitos. Agora, os Estados desnacionalizados utilizam a repressão para refrear qualquer tentativa de denunciar o próprio anti-Estado. A mídia, cooptada pelos rentistas, torna-se arauto do novo deos, o Merchatus. Os Poderes Judiciários nacionais transformados em meros coonestadores da barbárie humana. Ordenamentos Jurídicos, Organizações de Direitos Humanos em ruínas.

Ora, hoje se tem uma expectativa de vida bem maior, mas tenta-se apenar a humanidade por isso, reduzindo o direito ao usufruto das aposentadorias; é universal a ideia de tratar o homem como mula (não que elas não mereçam ser tratadas com dignidade). E o próprio trabalho está ameaçado. Não só pela tecnologia digital, que é parte preocupante (a Inteligência Artificial pode reduzir as oportunidades de trabalho, sem alerta ludista; e pode nos erradicar, também), mas pela própria escassez advinda do desmonte estatal.

O tragicômico de tudo é que correntes obscuras tentam dizimar a humanidade, para haver recursos para os restantes, segundo seus pressupostos; não se pode alegar malthusianismo. Ele apenas preconizava, não defendia “soluções drásticas, finais”. Antes de recorrer a essas teorias fascistoides, mister que se diga: “Ilumina A Ti“.
Combater a superpopulação dizimando-a, além de cruel, contraproducente e diabólico, é profundamente incongruente, pois as superpopulações são resultado do sobrepujar da ciência sobre as doenças (e sobre a própria obscuridade…). É como pagarmos (bem caro) pela ousadia do conhecimento. Nós Zeus de nós mesmos. Insanamente incongruente.

Haverá saída? Inteligência Artificial, Neoliberalismo, desmonte civilizatório; quem somos nós, qual o nosso propósito? Somos apenas ratos de laboratório? O que pensa você sobre isso?

 

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